HOMEOPATIA E CARACTERÍSTICAS HOMEOPÁTICAS

HOMEOPATIA E CARACTERÍSTICAS HOMEOPÁTICAS
ROSMEIRE PAIXÃO é Homeopata Clássica Terapeuta CONAHOM 1274 email: rosmeire.homeopatias@gmail.com

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Consulta homeopática não se faz em 15 minutos



No último mês de abril, o médico homeopata italiano, mundialmente conhecido Dr. Massimo Mangialavori, esteve no Brasil para um congresso promovido pela APH – Associação Paulista de Homeopatia. 

Leia um pouco dos conceitos do Dr Massimo Mangialavori:


Homeopatia no sistema público
Dr. Massimo Mangialavori - É uma boa coisa que em alguns hospitais haja um ambulatório homeopático. Com certeza, muito bom, porém em 15 minutos não dá nem para saber como a pessoa se chama. Em 20 minutos só começa a conversa e ainda tem que se tomar o caso. Como é possível trabalhar com Homeopatia em 20 minutos? Acontece constantemente isso, querer incluir no sistema público uma medicina de valor, mas sem dar instrumentos para se trabalhar. É um grande risco. É melhor trabalhar no privado, e trabalhar bem no privado, que trabalhar mal no público. Sou absolutamente a favor disso, mas é preciso pensar em ambulatórios sérios.
É um sistema que tem que mudar e ser organizado melhor, mas ainda estamos longe. Se você se coloca metas pequenas, é fato que existe essa forma de reconhecimento. Não quero ser uma pessoa pessimista, mas estou preocupado com isso. Porque a homeopatia desapareceu em poucos anos quando descobriram os antibióticos, precisamente por essa razão, porque era de baixíssimo nível, feita mal, feita pouco, e foi demonstrado que a eficácia não era comparável à do antibiótico, 70 anos atrás. Hoje poderíamos correr o mesmo risco. Vamos propor ao nível público que a homeopatia não pode ser praticada assim, nem praticada cometendo grandes erros.


Sobre a polêmica mundial a respeito da eficácia da homeopatia, o que o senhor tem a dizer?
Dr. Massimo Mangialavori – Penso que é um problema gigantesco. Creio que mais uma vez nós, homeopatas, devemos fazer um grande esforço, sobre o que estamos fazendo. Explico melhor: fico muito chateado, já se passaram 200 anos e estamos ainda discutindo sobre a eficácia dos remédios homeopáticos. Basta! Não é preciso mais fazer esse discurso, mesmo porque já está demonstradíssimo que os remédios homeopáticos funcionam.
Cada vez que encontro esse discurso, cada vez que estou até na Itália e faço conferências com colegas, o único argumento é a diluição dos remédios, que não funciona. E nós fazemos muito mais do que isso.
Mas o que fazemos na nossa epistemologia é algo muito mais vasto, como o discurso da complexidade. Em uma experiência direta, recente, com um paciente cardiológico, fico muito impressionado que talvez possa acontecer, no hospital, que o cardiologista não esteja de acordo com o hepatologista, com o nefrologista, com o especialista em medicina interna, e tenham discussões sobre os tipos de terapia a fazer. Igualmente, dentro da própria cardiologia, se falar com o especialista em arritmias, o especialista em hemodinâmica ou com aquele que se interessa pelo músculo cardíaco, há terapias diversas para se fazer. Isso permite mostrar como é fragmentada a leitura do paciente, mesmo dentro de uma abordagem especializada. Você pode falar com três cardiologistas e vão falar coisas diferentes. Nós, sem ser onipotentes, somos clínicos bons, porque perguntamos tudo sobre o paciente, vemos a totalidade dos sintomas e temos a complexidade da nossa abordagem. É isso que devemos ressaltar, é disso que devemos falar.


O paciente que não acredita na homeopatia também pode se beneficiar? 
Dr. Massimo Mangialavori – Certamente, é o paciente que prefiro. Porque quando suspeitam, ou não acreditam, e obtemos nos resultados, são os pacientes que te conquistam, que te chamam mais a atenção. Isso não é um problema. Nesse sentido, tem algo muito interessante. Vocês devem ter ouvido falar do queijo parmesão. Na produção de parmesão, não se pode usar antibióticos nunca, porque senão o leite não fermenta mais como deve. Há 15 anos, comecei a propor aos produtores de parmesão usar remédios homeopáticos. Nenhum deles estava interessado na ideologia da medicina alternativa, e sim os resultados. Com homeopatia, os custos eram cem vezes mais baixos e os resultados eram cinco, seis vezes melhores do que com fármacos convencionais.
É possível curar as vacas com a medicina homeopática. Você acha que a vaca acredita na medicina homeopática? Não sei! Geralmente colocamos na comida e funciona muito bem, não há nenhum problema.
Há pacientes obviamente com quem é difícil estabelecer uma relação terapêutica e que são difíceis de tratar, mas são difíceis de tratar por um psiquiatra, por um clínico geral, por um homeopata. Se você consegue construir uma boa relação com o paciente que não acredita naquilo que você faz, é difícil tratar bem dele, mas não é uma característica da medicina homeopática, é uma característica da relação humana, da relação terapêutica.